Você sabe realmente como calcular o estoque médio da sua empresa? O estoque médio é uma métrica apurada a partir da quantidade de itens mantidos em estoque, dividida por um período específico, que pode ser diário, semanal, mensal e até anual.
Esse período depende do giro de estoque da distribuidora. Em alguns casos, é preciso adicionar o estoque de segurança na fórmula.
Além disso, quando a empresa trabalha com uma diversidade de itens, esse cálculo deve ser feito por categoria: a análise é diferenciada pelas características dos produtos — perecibilidade, por exemplo.
Neste artigo, explicamos as diferenças entre o estoque mínimo, médio e máximo, como o cálculo do estoque médio é realizado e qual a sua importância para os negócios. Elencaremos também os motivos pelos quais o investimento em tecnologia pode tornar esses valores mais precisos. Confira!
Qual a diferença do estoque máximo, médio e mínimo?
O estoque médio difere-se do estoque mínimo — quantidade de segurança, mantida para evitar problemas no atendimento de demandas (dos clientes e das fases subsequentes do processo, que acarretam paradas de produção, atrasos e prejuízos).
O estoque mínimo, também chamado de estoque de segurança, requer uma abordagem mais estática, ou seja, não vinculada a fatores como nível de serviço ou previsibilidade de demanda.
Na realidade, é uma métrica vinculada à variabilidade do lead time, uma vez que deve considerar o tempo necessário para que o fornecedor entregue as mercadorias ou matérias-primas faltantes. Esse prazo é crucial para não causar gargalos no processo produtivo e para não comprometer a credibilidade da empresa no mercado.
Já o estoque máximo é a quantidade permitida para não comprometer a capacidade de armazenamento e o capital de giro da empresa, uma vez que evita a aquisição sobressalente de produtos, que poderiam estragar ou se tornar obsoletos ao ficarem armazenados sem saída no estoque.
Como calcular o estoque mínimo?
A fórmula do estoque mínimo é:
Estoque mínimo = (demanda máxima × lead time máximo) – (demanda média × lead time médio)
Suponha que uma fábrica de enlatados tenha uma demanda máxima mensal de 100.000 unidades e uma demanda mínima mensal de 50.000 unidades. Logo, a demanda média da venda de enlatados é de 75.000 unidades mensais.
A fábrica da marca produz com um lead time máximo de 4 dias e um lead time mínimo de 2 dias, ou seja, com 3 dias de lead time médio.
Nesse exemplo, o estoque mínimo da empresa será:
Estoque mínimo = (100.000 x 4) – (75.000 x 3) = 175.000 unidades.
Como calcular o estoque máximo?
A fórmula do estoque máximo é:
Estoque máximo = estoque mínimo + lote de reposição
Suponhamos que sejam adquiridas 30.000 unidades em um lote de reposição — quantidade para suprir uma demanda prevista da empresa ou necessária para balancear o estoque, principalmente em momentos sazonais.
Considere que o estoque mínimo da empresa já tenha sido calculado e seja de 60.000 unidades. Logo, de acordo com a fórmula acima, o estoque máximo será de 90.000 unidades (60.000 + 30.000).
Cada SKU (Stock Keeping Unit) tem um padrão de demanda exclusivo, e os níveis de estoque precisam ser ajustados conforme requisitos específicos, como a taxa média de produção ou de venda dos materiais e o tempo necessário para obter novos insumos em condições de alta prioridade ou com certa vantagem no mercado.
Como calcular o estoque médio?
O cálculo do estoque médio usa a fórmula a seguir:
estoque médio = (estoque inicial do período + estoque final do período) / período escolhido
Para exemplificar, vamos supor que um empreendedor resolveu apurar o estoque médio de coleiras para cachorro no último ano. Ele iniciou as atividades da empresa com 1.000 coleiras e no decorrer dos meses adquiriu mais 1.100 unidades. Nesse período foram vendidas 700 unidades, logo o estoque médio será:
1.000 (estoque inicial) + 1.100 (compras) – 700 (vendas) = 1.400 (estoque final)
estoque médio = (1000 (estoque inicial) + 1400 (estoque final)) / 12 meses
estoque médio = 200 unidades / mês
A frequência dessa apuração deve acontecer conforme a especificidade do negócio: quanto maior o índice de perecibilidade ou de obsolescência dos produtos, mais frequente deve ser o controle. Se a empresa precisa trabalhar com o estoque de segurança, o cálculo varia, conforme o exemplo a seguir.
O estoque médio de arroz de um supermercado é de 300 pacotes por mês. O gestor apurou que o lead time do produto é de 20 dias. Já a demanda por arroz é de 20 sacos por dia. O estoque de segurança de arroz dessa empresa é 20 dias x 20 sacos, ou seja, 400 unidades.
Caso o estoque médio ainda não esteja apurado, basta adicionar esse resultado final na fórmula anterior, conforme descrito a seguir:
estoque médio = (estoque inicial do período + estoque final do período) / período escolhido + estoque de segurança
Como o gestor do supermercado já sabe que o estoque médio é de 300 unidades, bastou adicionar o estoque de segurança ao resultado, ou seja, 300 + 400 = 700 pacotes de arroz. Em nosso exemplo, o estoque médio está abaixo do nível de segurança. Assim, torna-se necessário comprar mais arroz no próximo pedido (400 unidades a mais) para evitar que alguma mudança no consumo dos clientes acarrete o não suprimento para as vendas.
Por que o estoque médio deve ser calculado?
O estoque médio é usado para fazer outras análises, como o prazo médio de estocagem, que apura se o tempo de armazenagem dos produtos é condizente com a capacidade de estocagem da empresa ou se o custo de manutenção desses itens está dentro do permitido para não onerar o fluxo de caixa.
A análise do estoque médio também permite maior acurácia no monitoramento das vendas e na identificação de índices de desperdícios que afetem os lucros da distribuidora. Além disso, a métrica possibilita saber sobre a necessidade de investir em novas formas de armazenamento, adquirir mais bens, implementar outras estratégias ou mudar o método de valoração escolhido.
Os métodos de valoração compreendem:
- FIFO (First In, First Out) ou “Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair (PEPS)”: nesse modelo de gerenciamento de estoques, os primeiros itens a serem vendidos são os que foram adquiridos ou produzidos primeiro. Dessa forma, para qualquer tipo de cálculo de valoração é considerado o custo mais antigo;
- LIFO (Last In, First Out) ou “Último a Entrar, Primeiro a Sair (UEPS)”. Nessa abordagem, os primeiros itens a serem retirados do estoque são os que foram comprados ou produzidos por último. Nesse caso, para qualquer efeito de cálculo é considerado o valor dos itens mais recentes, que ainda estão no estoque;
- Custo Médio: este método é o meio termo entre as duas abordagens anteriores e sempre recalcula o custo médio dos itens em estoque a cada nova aquisição ou produção.
É muito importante ter um sistema de gestão para distribuidoras de forma a gerar dados confiáveis que embasarão esses cálculos, assim como contar com a ajuda de especialistas para apontar qual a melhor métrica para a sua necessidade.
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